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A Casa das Birutas

Updated: Dec 13, 2020

O Projeto buscou um conceito fundamental do design permacultural: reproduzir em escala reduzida os ciclos da natureza, que não desperdiça nem rejeita nenhum recurso, reciclando todos os nutrientes, fornecendo suporte a flora e fauna da região.



O processo construtivo e funcional da buscou a autossuficiência do imóvel, fazendo com que toda água utilizada fosse infiltrada no próprio terreno, irrigando a agroflorestal recém-plantada, e recarregando uma das nascentes que abastecem a ecovila e a casa.


Resíduos de alimentos e o descarte das águas pretas dos vasos sanitários, são encaminhados ao biodigestor que produz gás para uso na casa. Esta água que serpenteia o biodigestor, passa pela zona de raízes, sendo tratada até chegar ao seu destino final que é o círculo de bananeiras;

As águas cinzas do banho e das pias vão diretamente em direção ao pomar.


Já as garrafas, de vinho ou cerveja, formam lindos degraus e caminhos ao longo do íngreme terreno, conduzindo o visitante ao banheiro seco que pode ser utilizado pelos visitantes.

A terra que foi retirada na escavação da fundação foi transformada lindas paredes de contenção feitas em hiperadobe (técnica da terra ensacada).


Sucessivamente, toda ação acontecida no terreno, foi pensada para já oferecer material para o sistema ou solução seguinte.


A implantação do imóvel valorizou a linda vista da represa e seu entorno e pavilhão envidraçado que forma o corpo da casa, parece flutuar sobre o terreno inclinado apoiado em uma delgada estrutura de madeira.




A cobertura feita com um gridshell em bambu, foi executada em forma de uma estrutura treliçada, com uma envergadura suave, remetendo ao aspecto natural exigido pelo cliente.

A parte técnica da cobertura foi sugerida pela Profª Dra. Juliana Cortez, da Unesp Itapeva, sendo discutida exaustivamente com o Engenheiro de estruturas em madeira, Alan Dias, sendo o resultado deste trabalho, um ambiente interno que surpreende a todos que visitam a casa.


O terreno faz parte da Ecovila Clareando, que ao ser criada, adotou como “cola” a agenda 21, que tem foco na restauração e proteção do meio ambiente, incluindo fauna e flora local. Desta forma, a edificação também tem de ser ambientalmente correta, tanto na escolha dos seus materiais quanto na forma de construir.


Não há muro entre as casas, sendo o terreno aberto a circulação dos moradores e “convidam” os visitantes a caminharem pelos jardins, utilizar o deck como mirante para a bela vista da represa, ou às crianças a por exemplo brincar no escorregador feito entre o piso inferior e superior do imóvel.


O plano de manejo integrado de água, obedeceu a consultoria feita pelo eng. Guilherme Castagna, que nos orientou a destinar e tratar as águas servidas e de chuva de forma integrada, que acabou intervindo positivamente no projeto paisagístico, encaminhando as aguas, favorecendo a recuperação do solo, aumentando a capacidade de produção e independência alimentar, principal objetivo da implantação desses conceitos.


Nosso Grande desafio atualmente é a finalização da certificação do selo verde do Green Building Council Brasil para casas e condomínios. O selo mostrará que uma obra Bioconstruida atende ao rígido conceito de sustentabilidade exigido pelo Selo.


Este processo tem nos trazido muita experiência e aprendizado, que exige a participação e capacitação dos envolvidos, extrapolando o conceito de obra tradicional, fechado e pragmático.

Esta experiência trouxe a todos a troca de conhecimento, juntando experiências envolvendo a comunidade cientifica, moradores da ecovila, grupo de escoteiros, equipe de obra, certificadores, estudantes de arquitetura, curiosos, agrônomos, colocando todos em contato com técnicas construtivas novas e vernaculares, sistemas ecoeficientes de recuperação de águas e energia, formas viáveis de recuperação ambiental e produção de alimentos.


Listamos abaixo algumas das técnicas sustentáveis utilizadas no projeto. Algumas são muito comuns, inclusive nas cidades e outras, técnicas de bioconstrução, são pouco difundidas ainda:

• telhado verde

• hiperadobe (ou terra ensacada)

• piso em garrafas

• banheiro seco

• biodigestor (com fabricação de biogás)

• zona de raízes

• captação de água de chuva

• poço seco

• agroflorestal

• jardim de chuva

• círculo de bananeiras

• placas fotovoltaicas (fabricação de energia elétrica)

• aquecedor solar (aquecimento da água)

• cordwood (piso em toquinhos de madeira)




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